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palavras, idiossincrasias, verbos:
o imaginário de uma teutooriental tupiniquim


 
da estante 

lendo:

:: O arco-ríris da gravidade - Thomas Pynchon
[Companhia das Letras - tradução Paulo Henriques Brito - São Paulo, 1998 - 785pgs]

"Publicado pela primeira vez em 1973, O arco-íris da gravidade guarda as marcas do momento em que foi escrito: o momento da contracultura."

"Num clima ao mesmo tempo de pesadelo e de desenho animado, uma sucessão de peripécias se desenrola num ritmo estonteante. Mas o verdadeiro protagonista do livro não é Slothrop, o anti-herói picaresco que atravessa o cenário devastado da Europa ao final da Segunda Guerra, e sim a linguagem de Thomas Pynchon".

[textos tirados da orelha e quarta capa do livro]


lidos em 2003:

:: Uma Mente Inquieta - Kay Redfield Jamison
[271pgs]

Kay é psiquiatra e professora universitária nos EUA. Relata sua luta contra a doença maníaco-depressiva, atualmente conhecida como transtorno afetivo bipolar.

É leitura rápida, sem grandes brilhantismos lingüísticos, mas é uma obra de grande valor por revelar os desejos, os pensamentos e toda a batalha de alguém com distúrbios afetivos e mentais. E com uma honestidade inestimável.

Kay tem a doença que a transporta, de um lado, para ondas de energia, veemência, pensamento rápido, culminando em pontos maníacos de agitação com alucinações. O outro lado, porém, é aterrorizador: Uma negra e profunda depressão que chegou a levá-la a uma tentativa de suicídio.

Mesmo sendo uma psiquiatra que lida com os transtornos afetivos, teve problemas em aceitar a medicação que não apenas tirava todo o brilho de suas manias brandas, de seu pensamento veloz e sua energia, mas que também traz efeitos colaterais um bocado indigestos.

Mas o que o livro, na verdade a vida de Kay, tem de inegável valor é a certeza de que pode-se viver muito bem com algum tipo de psicose. Pode-se viver, ser feliz e até mais competente, criativo e brilhante do que muitas pessoas consideradas normais.

 
 

:: Ab-Reação, Análise dos Sonhos, Transferência- C.G. Jung
[Vozes - 224pgs]

O livro é dividido em duas partes. A primeira trata isoladamente a questão da ab-reação e da transferência no processo de análise terapêutica. São transcrições de conferências proferidas por Jung.

A segunda -e maior- parte traça um paralelo entre o inconsciente e o Rosário Alquímico. Para Jung a contribuição dos alquimistas é de grande valor para a compreensão do inconsciente coletivo.

Para cada ilustração do Rosário há um mergulho pictórico no universo alquímico do inconsciente: anima para os homens e animus para as mulheres. Ou seria o universo inconsciente da alquimia?

O livro não contém fórmulas nem métodos balizadores para analistas ou analisados. Para Jung, assim como para Freud, a terapia é um processo empírico como a alquimia foi um dia para os alquimistas. Mesmo assim pode-se dizer que é, no mínimo, surpreendente descobrir que o universo inconsciente é tão mais amplo que o consciente. Mais amplo e, mesmo assim, com muitos traços comuns a todos seres humanos.

Jung não tem a ambição de mecanizar o funcionamento do inconsciente, mas a partir de sua exploração pode-se perceber que alguns mecanismos são compartilhados e experimentados por todos.

 



lidos em 2002:

:: Água Viva - Clarice Lispector
[Rocco - 1998 - 88pgs]

Este pequeno livro pode ser descrito como um pequeno tratado de filosofia. Flosofia pura, na veia. Clarice tenta "captar a quarta dimensão do instante-já que de tão fugidio já não é mais". Quer se apossar do tempo, do instante fugidio, do amor, da vida. Quer uma verdade inventada.

A linguagem é saborosa. Suas palavras e significados devem ser absorvidos aos poucos. Lendo e relendo lentamente cada frase, cada parágrafo. Ela mesma avalia: quer escrever como pinta um quadro. E escreve. E é uma belíssima obra de arte. Sem preço. Pequena no tamanho mas sem dimensões de conteúdo.

 
 

:: Mana Maria- Antônio de Alcântara Machado
[Nova Alexandria - São Paulo, 2002 - 104pgs]

Publicado após a morte do autor, o livro conta a história de Mana Maria, moça paulista de 25 anos, que após a morte da mãe, passa a tomar conta da casa, do pai e da irmã mais nova.

Antônio de Alcântara Machado participou do movimento modernista e este livro abriu uma nova fase da literatura pós moderna: a volta a serenidade. A linguagem não é exagerada, mas o texto contém elementos de modernidade, como o cinema. A história marca também o prenúncio do feminismo: Mana Maria não precisava de um homem para viver. Ela era forte e inteligente.

Por fim, o autor tem uma ótima visão do universo feminino, ainda mais por se tratar de uma novela psicológica.


Por enquanto é só. Assim que tiver um pouco mais de paciência:

  • Como ser legal -Nick Hornby
  • O homem que confundiu sua mulher com um chapéu - Oliver Sacks
  • O apanhador nos campos de centeio - J.D. Salinger
  • A Montanha Mágica - Thomas Mann
  • Perto do Coração Selvagem - Clarice Lispector

 
   
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